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Inteligência Artificial, Psicologia e as Emoções

Atualizado: 22 de jul. de 2022

Sou formado em Psicologia pela USP e uma das coisas que mais me atrai é a inteligencia! Não importa se humana, da natureza, dos animais ou das plantas.


Agora temos uma nova fonte de inteligência: A DOS COMPUTADORES!!


Estou trabalhando em um projeto de inteligência para robôs! A ideia principal é trazer autonomia para o robô! Para isso investigamos com profundidade a forma de aprender e como é possível programar uma!


As máquinas são muito diferentes de nós! Porém nós as construímos! Ela tem muito do no "dna"!


Enquanto fazia a IA (inteligênca artificial) do robô, já tinha definido na concepção do projeto, que haveria uma "camada de emoção"! Quando se está desenvolvendo um sistema, é comum pensar em camadas! Como se alguma coisa da camada anterior fosse utilizada em uma posterio e assim por diante.


No meu caso eram 6 camadas e a da emoção era a quarta... olha que lindo um print do código:

Nessas linhas de código o que está dito é que a Alegria, que seria um estado emocional mais passageiro, depende de alguma recompensa que ganhamos no momento atual. E o humor, um pouco mais estável, tem mais a ver com uma "pontuação" geral que recebemos da vida! Essa é uma simplificação bem grosseira de qualquer sentimento. Não somos seres tão simples. Mas existe bastante verdade na essência dessas linhas.


Porém uma coisa me intrigou mais. Quando comecei a pensar com mais profundidade em como "programar uma emoção"...


Fiquei surpreso com uma coisa. Até a terceira camada meu robô já estava aprendendo! Ele já estava interagindo com o ambiente e até então não foi necessário ter emoção!!


Agora tinha ficado confuso. A possibilidade de existir uma inteligência sem afeto ou emoção era estranha. Talvez um problema. Ou talvez estivesse vendo em detalhes uma verdade escancarada diante dos meus olhos que não queria acreditar. Realmente confuso e intrigante. O que pensar disso?


Isso me levou à um questionamento bastante profundo do porquê das nossas emoções. Será que o raciocínio existe sem as emoções? Será que existe esse recorte tão famoso entre "razão" e "emoção" como coisas separadas e opostas?


Para mim sempre esteve claro que a razão é recheada de emoções e que as emoções são cheias de lógica, mas por um instante foi como se tivesse ocorrido um corte súbito separando novamente o que estava misturado em algo claramente separado. Não sei.


O programa estava me levando a crer que sim! Que nossos pensamentos são totalmente autônomos! Não precisamos sentir emoção! Mas eu não estava satisfeito com essa conclusão! Queria aprofundar um pouco mais esta reflexão e ver até onde poderia ir.


Nessa hora comecei a ver com muita clareza que nossas "emoções" como alegria, amor, e também que nossas sensações como prazer, dor, são muito responsáveis por nossas ações e nossos objetivos!


Nós vamos à um restaurante para saciar a fome, ou para ter uma conversa "agradável". Para estar junto de alguém ou de pessoas! Isso realmente acontece!


E também usamos nossos sentimentos para decidir se uma pessoa confiável ou se um lugar é seguro! Porém, ainda fica a percepção que o pensamento e a emoção trabalham em conjunto e são separáveis! O que acha disso?


As emoções são algo que levamos junto com a gente! A pessoa que subiu o monte Everest, quando chegou lá no topo e sentiu aquela sensação de missão cumprida, esta emoção esteve com ele o tempo todo! O everest e o topo estavam lá! Nós que levamos nossa emoção até lá! Para ser sentida lá! E lá é o lugar que vamos sentí-la!


É como se a experiência da vida fosse metade uma perpecção do ambiente o outra uma percepção de si mesmo!


Perceber isso faz ter a impressão que agora as coisas estão conectadas. A inteligência trabalhando com as emoções, parceira inseparável! Um sensor totalmente dedicado a nos acompanhar!


Mas e o programa? O que acontecerá se seguirmos programando sem integrar algo de emocional?


Atualmente não conseguimos fazer uma máquina sentir emoções! Ela apenas consegue detectar uma emoção em um texto ou em uma imagem. Também consegue "simular" algo que para nós humanos parecerá emoção! Você pode criar com um computador sons agradáveis, fazer um robô sorrir ou fazer um boneco virtual expressar emoções! Mas por enquanto são apenas interpretações nossas. Não é um sentimento do computador.


Talvez um dia elas sejam reais.


E isso levanta uma questão importante. Nossos robôs, por mais ou menos inteligentes que sejam, precisam de linhas de código para tudo que irão fazer. Ele não irá despertar sozinho e começar a sentir algo. (ou não)


Isso é muito interessante. Há uma expectativa bem grande desse despertar mágico dos robôs por parte de muita gente. Para outros ela é apenas uma falsa esperança.


Eu sei que para nós humanos existe um paradoxo entre só ter emoção ou ter só razão!


Quando uma pessoa é muito racional, algumas pessoas dizem que ela é robotizada! Muito mecânica!! E quando é o contrário, bem comum é comparar a pessoa a "estar agindo como um animal" querendo dizer que ela não é inteligente!


E desses dois extremos, parece que nós humanos estamos no meio. Não apenas razão e não apenas emoção.


Mas e o robô? Nosso agente inteligente!


No meu caso, quem dá as regras do que ele faz são as emoções que programamos. É o objetivo dele se emocionar, ser obediente às suas emoções!


Talvez seja o nosso também, seres vivos! Os nossos pensamentos nos guiando em busca das emoções! Buscar as boas, escapar das ruins! Será?


Quando nós pensamos nos nossos maiores objetivos eles estão intimamente ligados à emoções fortes! Conquistas! Felicidade! Alegria! Parece fazer bastante sentido essa ideia de que a emoção está nos guiando!


Acho que por isso que existe aquele provérbio que nunca sai de moda: siga seu coração!


Valeuuuuuuuuuuuuuuuuuu



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